domingo, 25 de janeiro de 2015

O PAPEL DA INCLUSÃO NA GESTÃO ESCOLAR 

   Alguns anos atrás, antes da internet, cada um tinha a sua rede social, formada por amigos, amigos de amigos e conhecidos. Já nas últimas décadas a tecnologia tem feito cada vez mais parte do mundo de todo nós. O acesso ao conhecimento tornou-se cada vez mais facilitado, e todos têm a possibilidade de multiplicarem seus saberes constantemente. Nesse sentido a gestão tem papel fundamental na vida dos alunos, equipe e comunidade escolar, podendo construir em seus sujeitos uma compreensão sobre as transformações causadas pelas tecnologias nos modos de ser e estar das pessoas, contribuindo para uma visão crítica e ética sobre esta sociedade na qual estamos inseridos (SILVA, 2006).
    Contudo, é preciso repensar sobre o papel que o educador e a comunidade escolar representam e a importância da gestão para uma geração envolta por muitos saberes, sob o domínio do conhecimento e da comunicação. A inclusão de uma nova tecnologia na escola e na comunidade escolar não significa que ela será plenamente utilizada. Para tal, o educador precisa de uma formação e experiência para saber usar essas tecnologias, para explorar pedagogicamente suas potencialidades em favor da aprendizagem dos alunos.(FREIRE, 2000). 
    Segundo NETO (2003, p. 38) linguagem e comunicação estão em estreita relação de mútua produção, o que vem corroborar a importância dos blogs educativos como uma das opções metodológicas a serem incorporadas na área educacional que possibilitam a criação de novos ambientes de aprendizagem, os quais poderão ultrapassar o limite da interdisciplinaridade conduzindo à transdisciplinaridade. 
      O uso adequado dos recursos tecnológicos possibilita grandes resultados como desenvolver habilidades na resolução problemas, no gerenciamento de informações e até na habilidade de investigação. Caberá ao educador a capacidade de identificar a melhor forma de utilizar ferramentas diversas e o momento adequado para essa utilização. Ao utilizar a internet como ferramenta cognitiva através da inclusão digital, ela poderá ampliar o conhecimento do educando, tendo como ponto positivo, a grande flexibilidade de adaptação ao ritmo da aprendizagem individual. 
      Ao se tratar dos impactos positivos e negativos causados pela globalização das tecnologias da informação, as opiniões são divergentes. Para o filósofo Pierre Lévy (2010, p. 49), a motivação para tornar a inteligência coletiva (presente nas redes sociais) mais ampla, passa pela prosperidade econômica, educacional e social, fortalecendo os direitos humanos e a transmissão das heranças culturais, gerando um planeta mais sustentável. Hoje a vida social passa pelo digital. Não dá, por exemplo, para tratar os dentes num dentista virtual, ou cortar o cabelo pela web, mas tudo será armazenado na Internet e a computação baseada em tag vai modificar nosso dia a dia, criando uma inteligência coletiva reflexiva, ou melhor, autor reflexiva. 
   À medida que aumenta a inclusão de indivíduos na rede mundial de computadores, a Internet desenvolve a democracia no acesso à informação, cuja expansão abrange diferentes variáveis sociais – classe econômica, localização geográfica e a faixa etária – cada vez mais crianças utilizam as redes sociais no mundo todo. 
      A ampliação do uso das redes sociais deverá, portanto, estar a serviço de um novo modelo de escola e de ensino pautado no entendimento de que a evolução tecnológica não se restringe apenas aos novos usos de determinados equipamentos e produtos. Elas alteram comportamentos, transformam suas maneiras de pensar, sentir, agir. Mudam suas formas de se comunicar e de adquirir conhecimentos. 
      Portanto, a Tecnologia Digital de Rede é uma realidade e não podemos mais fugir dela. Nós enquanto gestores precisamos nos apropriar dessa ferramenta e de forma adequada, inserir e utilizar como uma metodologia de ensino e de aprendizagem de educadores, educando de toda comunidade escolar, tornando um mecanismo de interação e aproximação, que sirva de suporte para contribuir com a implementação de uma educação democrática, participativa e socialmente responsável e que através da inclusão digital, todo sujeito possa se apossar e de beneficiar dessa nova forma de fazer educação. 


REFERÊNCIAS 

SANTOS, Lucíola Licínio. Formação do professor e pedagogia crítica. In: FAZENDA, Ivani. A Pesquisa em Educação e as transformações do conhecimento. Campinas: Papirus, 1995. 

SILVA, Marco. Criar e professorar um curso online: relato de experiência. In: SILVA, Marco (Org.). Educação online: teorias, práticas, legislação, formação corporativa. 3. ed. São Paulo: Ed. Loyola, 2011. p. 55-64. 

FREIRE, Paulo. Educação e mudança. 24. ed. São Paulo: Paz eTerra, 2001. 

NETO, Carla. Interatividade em ambientesvirtuais de aprendizagem. In: FARIA, Elaine Turk (Org.). Educação presencial e virtual: espaços complementares essenciais na escola e na empresa. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2006. p. 52-58. 

LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1993

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